quarta-feira, 29 de julho de 2009

A Crise Mundial na Comunicação

Debate sobre a crise econômica e a comunicação

As agências do curso de Comunicação Social da Unasp promoveram o debate “A crise mundial e seus reflexos sobre a comunicação”. O evento contou com a participação de professores e alunos para discutir como a comunicação está relacionada com os efeitos e as causas da crise.

O evento contou com a participação dos professores Fabio Ramos, responsável pela direção da agência Zoom de publicidade, Kenny Zukowski, diretor de arte e edição da mesma agência, e Tales Tomaz, editor-chefe do ABJ Notícias.

A origem da crise mundial

Considerando o fato, o professor Fabio Ramos uniu o surgimento da crise nos Estados Unidos à responsabilidade dos atuantes da comunicação social naquele país, questionando se o jornalista ou Relações Públicas não teria a responsabilidade de alertar e orientar a população a respeito dos riscos das atividades financeiras dos Estados Unidos naquela época. Ou, ainda, se não seria de responsabilidade do profissional da comunicação fazer uma pesquisa sobre os acontecimentos recentes antes de estimular o leitor, espectador ou ouvinte a consumir produtos que não são de primeira necessidade.

O fato de os jornalistas terem negligenciado o alerta, na opinião do professor, não foi resultado de pressão política, mas de incompetência. Ele advertiu que, se desta vez os profissionais de comunicação estivessem atentos às lições da crise do passado, poderiam ter previsto e alertado a população sobre os riscos que resultariam em nova quebra econômica.

O que os meios de comunicação falam, na verdade, tem gerado na sociedade um clima de crise, sendo que essa ainda não atingiu a economia brasileira. “Mais do que crise econômica, é mais uma crise de comunicação”, afirmou o professor Zukowski.

Ainda neste contexto, Zukowsky ressaltou que a indústria automobilística em outubro do ano passado teve uma queda de 11% nas vendas. O debate alertou que o consumidor, hoje, dificilmente busca em diversas fontes a informação que deseja. Por isso, cabe aos comunicadores prevenirem-se para não cair no mesmo erro, além de compreender o poder influenciador que possuem a ponto de, inclusive, influenciar o curso de mercados globais.

Vejam a explicação sobre a Crise Mundial, na perspectiva dos professores de Comunicação Social do Unasp. A atividade, promovida pela Zoom Publicidade e a Agência Brasileira de Jornalismo, mostrou também como essa crise afeta os meios de comunicação e a forma de uso da propaganda.


quarta-feira, 22 de julho de 2009

Case - Westwood Publishing

Linda Bosworth fundou a Westwood ao terminar a faculdade e, em pouco tempo, tinha tornado a empresa em uma editora multimilionária de revistas de negócios. Bosworth sempre acreditou que deveria manter seus funcionários satisfeitos em bons e maus momentos, e em um discurso a todos os funcionários da Westwood em 2003, ela ressaltou a filosofia da empresa em relação à rotatividade dos funcionários: “Vocês, os funcionários da Westwood, são os ativos mais importantes da empresa. Apesar das dificuldades que enfrentamos, vocês têm minha palavra de que nunca vou dispensá-los por motivos econômicos. A Westwood não é a General Motors!”.

Porém, a vice-presidente de recursos humanos da empresa, Catherine Callahan, percebeu que alguns funcionários antigos deveriam ser dispensados e propôs à CEO (Linda Bosworth) um plano de desligamento voluntário e o pacote de aposentadoria antecipada. Apesar de Linda não concordar com a situação, não viu outra saída. A difícil tarefa de achar a melhor maneira de comunicar esta decisão aos funcionários ficaria com Dan Cassidy, diretor de relações com os funcionários.

No dia anterior ao anúncio do plano aos funcionários, Cassidy, em uma reunião com Catherine Callahan e Linda Bosworth, disse à CEO que achava que ela deveria se envolver pessoalmente com o anúncio no outro dia. Linda esquivou-se passando toda a responsabilidade para Dan e Catherine, pois disse que no outro dia viajaria para Nova Iorque para uma conferência.


A principal falha que podemos perceber neste case, foi a total falta de envolvimento da CEO na crise pela qual a empresa passava. Apesar de concordar com as medidas tomadas apenas por não ver outra saída, Linda Bosworth não esteve presente no momento crucial do acontecimento. Após a declaração que fez em 2003, dando sua palavra de que nunca iria demitir funcionários por motivos financeiros, o mínimo que ela deveria ter feito era ter comunicado pessoalmente a decisão aos funcionários, explicando o porquê e dando seu parecer sobre o assunto; caso contrário, ela entraria em contradição. Se a própria CEO não estabelece uma comunicação clara com os funcionários, os responsáveis pela comunicação interna acabam tendo muito mais trabalho, principalmente em momentos de crise como esse.


Esse case foi retirado do livro Comunicação Empresarial de Paul A. Argenti.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Medicamento para o Diabetes é alvo de publicações incoerentes

Na semana passada, a farmacêutica francesa sanofi-aventis teve o seu principal produto para o tratamento do Diabetes, o medicamento Lantus® (insulina glargina), relacionado com a ocorrência de câncer. Em 26 de junho de 2009, o Diabetologia (jornal da EASD – European Association for the Study of Diabetes) publicou quatro estudos clínicos observacionais retrospectivos, realizados com base de dados populacionais, que relacionavam o uso do remédio com o desenvolvimento do câncer.

Em resposta à estas publicações, a sanofi-aventis trabalhou em duas ações paralelamente e com urgência: a primeira era uma nota à imprensa, em defesa às publicações; e a segunda era comunicar e esclarecer o publico interno. Sendo assim, a área de comunicação interna levantou dados consistentes sobre o produto e enviou um comunicado oficial à todos os colaboradores, em que deixava claro quais as ações da empresa diante da imprensa, autoridades sanitárias e médicos, e reafirmando a segurança de Lantus®. Para isso, eles se utilizaram de dados mensuráveis como, por exemplo, o uso do medicamento por mais de 24 milhões de pacientes no mundo.

Nas reuniões de área mensais, os diretores e gerentes explicaram novamente o ocorrido e informaram que as principais sociedades médicas apoiaram a empresa, publicando artigos de defesa ao medicamento em seus informativos aos médicos, destacando que Lantus® não sairá do mercado, pois os estudos publicados pela EASD não são consistentes e confiáveis, quando comparado aos estudos desenvolvidos pela sanofi.
Além disso, houve um comunicado oficial do vice-presidente sênior e diretor médico do grupo sanofi-aventis mundial, Jean-Pierre Lerner, que foi divulgado no formato de entrevista, dando mais detalhes sobre a questão.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Mais uma da Airbus

Além do tão noticiado vôo 447 da Air France (que ia do Rio para Paris no dia 31 de maio), a Airbus passou por mais uma crise. No dia 30 de junho a aeronave modelo A310 da companhia estatal iemenita Yemenia Air, voava com destino à Comores (arquipélago africano) e caiu com 153 pessoas a bordo. Houve uma única sobrevivente, uma garota de 14 anos.

Outro acidente com Airbus que ficou marcado para nós brasileiros foi o ocorrido com a TAM e julho de 2007. Na época a aeronave teve problemas no pouso, no aeroporto de Congonhas (SP), e se chocou contra um edifício da TAM Express deixando 199 vítimas fatais.

A Airbus precisa tomar cuidado com sua imagem! O que a mídia tem divulgado são matérias como a da Folha Online em 30/06: “Veja os principais acidentes com aviões Airbus desde 1990” ( http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u588420.shtml ).

Sabemos que coisas positivas em meio às crises acabam passando batidas, devido aos tantos fatos trágicos e buscas por corpos e caixas preta. É fundamental que a Comunicação Interna esteja tratando de forma clara e objetiva sobre os acidentes com os seus funcionários, para que o mesmo seja espelhado para o público externo. Os líderes das empresas devem ser os primeiros a passarem as informações para os seus funcionários, trantando-as de forma clara e objetiva, afastando qualquer ruído negativo para a companhia.

Em casos de acidentes, como da Airbus, o problema é ainda maior por se tratar de famílias, perdas de pessoas amadas, o que envolve toda a população e os funcionários. A atendente da empresa, que é quem será a primeira pessoa a ser questionada em um momento de acidente ou incerteza, deve ser a primeira a obter as informações corretas para que possa controlar, dentro do possível, a situação. As notícias devem partir de dentro para fora da empresa.


Além disso, o papel da assessoria de imprensa para combater as matérias negativas é fundamental, pois hoje o poder da mídia pode destruir a imagem de uma empresa tradicional. E só um bom gerenciamento de crise é capaz reverter ou impedir essa situação.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Mais uma fonte

O site "Comunicação & Crise" do Prof. João José Forni é mais uma fonte para quem procura estar sempre atualizado sobre as principais crises que acontecem no momento. É um site bastante completo de comunicação empresarial, mídia e gestão de crise, que conta com um ferramentas como blog e fórum, além de notícias recentes, informações sobre cursos e congressos; entre outros tópicos relacionados ao tema.

Para quem se interessa pelo assunto, fica a dica.


terça-feira, 7 de julho de 2009

O Gerenciamento de Risco Institucional no Recrutamento de Pessoas

Participação de Rodolfo Ohl, Diretor de Operações da empresa MonsterBrasil.com (empresa subsidiada do portal Monster.com, precursora e líder no mercado de recrutamento online no mundo), fala sobre a importância do Gerenciamento de Crise com enfoque no mercado de recursos humanos.


Uma das maiores preocupações dos Recursos Humanos é a tendência no aumento competitivo para as empresas encontrarem talentos para suas organizações. Essas preocupações são decorrentes às tendências demográficas no mercado de trabalho (envelhecimento da população e redução na taxa de natalidade), aumento do poder dos candidatos com relação ao conhecimento sobre as empresas, e a valorização dos talentos (capital humano) nas organizações.

Segundo Rodolfo Ohl, o Employment Branding (marca, reputação e imagem para atração de candidatos) será o principal diferencial para atrair os talentos às empresas. “ Empresas que mantém uma grande reputação no mercado de trabalho, como Google, Microsoft, Coca Cola, Promon, entre outras, terão um diferencial competitivo maior para atrair e recrutar candidatos mais qualificados para suas empresas, e para isso é importante as empresas gerenciarem sua imagem e reputação”, diz Ohl, fazendo com que a gestão de risco da imagem torne-se um ponto mais estratégico das organizações.

Falando sobre a própria empresa de atuação, Ohl ressalta a importância de bons profissionais de comunicação do Monster: “Existe um forte alinhamento sobre como a empresa deve se posicionar no mercado e na padronização de todos os veículos de comunicação. Além disso, temos um departamento na República Checa que fiscaliza 100% do tempo se existem contas de empresas falsas, fraudes, e etc. Por sermos uma empresa online, temos também um forte departamento na Índia de tecnologia anti-hackers , que ocasinalmente atacam as empresas para tentar roubar o banco de dados. O gerenciamento de nossa imagem no mercado é extremamente importante, pois como o negócio do Monster é ajudar as pessoas a conseguirem empregos e as organizações a terem boas contratações, não podemos perder a nossa credibilidade e, isso serve também, para que consolidemos uma forte reputação e para atrairmos os talentos para nossa empresa. Muitas organizações hoje perdem o potencial de seu brand, devido há um mal gerenciamento de crise”.