terça-feira, 16 de junho de 2009

Entrevista com Sérgio Bialski

Sérgio Bialski, Gerente de Comunicação da sanofi-aventis, me recebeu em uma tarde para conversarmos sobre um assunto que tem vasta experiência: Comunicação Interna em Momentos de Crise.

Bialski é graduado em Jornalismo e Publicidade e Propaganda pela USP, pós-graduado em Gestão da Comunicação (USP), Jornalismo Institucional (PUC), Relações Públicas e Comunicação Empresarial (Cásper Líbero) e mestre em Comunicação Organizacional, também pela USP. Além dos cursos, em aproximadamente 15 anos de empresa, ele já passou por todas as possíveis mudanças organizacionais e de gestão empresarial: fusão, aquisição e reestruturação.

Segundo ele, a área de Comunicação deve ser um Gestor da Comunicação para toda a companhia. “É necessário que se entenda a comunicação como processo, acima de qualquer coisa. Devemos gerenciar os veículos de comunicação, as campanhas e abrir os caminhos para que o fluxo de informação seja mais leve e de fácil acesso.”. As mudanças geram o medo, a insegurança e, com eles, os boatos. Nesses momentos, é necessário que se apegue aos valores da empresa, aos seus princípios para definir as ações de maneira consistente e de forma que o público entenda e se identifique.

Sobre a rádio peão, que é tão conhecida nas situações mais críticas, Bialski diz que “não é possível evitar que a comunicação informal aconteça. O que a empresa pode fazer é disponibilizar espaços que incentivem o relacionamento. Um exemplo pode ser esta sala onde estamos que tem café, mesas, TV, jogos, vídeo game. É aqui que as pessoas descontraem, conversam, trocam experiências. Acho isso saudável. A rádio peão é negativa quando não se tem informações claras, homogêneas e objetivas. Ela não precisa ser um inimigo, podemos tratá-la como uma agregada dentro da Comunicação Interna.”.

Um case que Bialski considera de sucesso e muito interessante, é o do fechamento da fábrica de Guadalupe, no Rio de Janeiro, que aconteceu quando a sanofi comprou a aventis e ela mesma se mudou para São Paulo, pois era onde a maior parte dos funcionários estavam. Sérgio conta que, entre os planos de comunicação e fechamento da fábrica, estava a preocupação com a requalificação dos profissionais que ali trabalhavam há anos e estavam fora do mercado. Os profissionais foram avisados sobre o fechamento da fábrica 3 anos antes de realmente acontecer. A preocupação era que essas pessoas fossem para o mercado preparadas para novos desafios, por isso foram oferecidos cursos de requalificação profissional. Segundo ele, o segredo é respeitar os funcionários acima de tudo, considerando seus momentos de incertezas e dando espaço para que possam se expressar.

2 comentários:

Marina Gerardi disse...

Priscila,

Parabéns pela entrevista! Ela ilustra bem como a Comunicação Interna pode atuar em momentos de crise. O segredo não está em transmitir apenas informações positivas, pelo contrário, a Comunicação deve auxiliar principalmente nos processos críticos da organização, como no exemplo citado de fechamento da fábrica.

Priscilla Desenzi disse...

Marina,

Achei este exemplo da fábrica um dos melhores que ele me contou. O case é incrível, qualquer dia eu tento pegar os materiais com ele para dividirmos em sala.